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Polícia já ouviu cerca de 20
testemunhas em investigação de incêndio no RS
segunda-feira,
28 de janeiro de 2013
Por Ana Flor
SANTA MARIA, 28 Jan (Reuters)
- A polícia do Rio Grande do Sul já ouviu cerca de 20 testemunhas do incêndio
que matou 231 pessoas no domingo em uma boate em Santa Maria , interior
do Estado, e agora se concentrará completamente nos esforços de investigação da
tragédia.
O foco está centrado, a
partir desta segunda-feira, na realização da perícia, em encontrar provas
documentais e em ouvir todos os sobreviventes da tragédia, que deixou outras 82
pessoas ainda internadas em hospitais, informou a jornalistas o chefe da
Polícia Civil do Estado, Ranolfo Vieira Júnior.
Até então, as equipes da
polícia ainda centravam esforços na identificação das vítimas e liberação dos
corpos.
Com base nos depoimentos
colhidos por delegados que integram a força-tarefa montada pelo governo do
Estado tragédia, a polícia solicitou à Justiça a prisão temporária de quatro
pessoas --três já foram detidas nesta segunda e uma quarta deve se apresentar à
polícia nesta tarde, de acordo com seu advogado.
Segundo o delegado Sandro Meinerz,
há ainda muitos pontos a serem esclarecidos, como se o estabelecimento tinha
licença válida, se estava apto a funcionar e se as saídas de emergência eram
adequadas. Meinerz afirmou, entretanto, que a hipótese de superlotação está
quase descartada.
"Testemunhas dizem que
a boate não estava cheia como em semanas anteriores, o que certamente evitou
uma tragédia ainda maior", disse.
Segundo o chefe da Polícia
Civil, a lotação da boate é de mil pessoas. Eles ainda não conseguiram
determinar quantas estavam no local no momento do incêndio.
Os policiais confirmaram que
havia apenas uma porta no local, mas ainda esperam que a perícia determine se
isso era irregular.
Polícia decreta prisão de 4 após incêndio em boate
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 12:15
O pedido de prisão preventiva de quatro pessoas em decorrência do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria , no Rio Grande do Sul, - dois músicos da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no momento em que o fogo começou e que usou durante sua apresentação efeitos de pirotecnia, além de dois proprietários da Kiss -, foi feito, segundo a delegada Luiza Santos Sousa, após alguns depoimentos e também porque houve indícios de que essas pessoas pudessem obstruir a investigação. Segundo ela, cerca de 20 pessoas foram ouvidas durante o domingo (27).
A polícia civil estranhou a ausência de um circuito fechado de câmeras. Em depoimento, no entanto, um dos proprietários da boate teria dito que o sistema de câmeras foi retirado do local para conserto, há três meses. Das quatro pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada, três já estão detidas. A quarta deve se apresentar nesta segunda-feira à tarde, informou a delegada. A polícia civil não informou, no entanto, o nome dos detidos.
Militares
Dois militares do Rio de Janeiro estão entre os mortos no incêndio na Kiss. Em nota distribuída na manhã desta segunda-feira, o Comando Militar do Leste (CML) confirma as mortes da capitã médica Daniele Dias de Mattos, lotada no Hospital Central do Exército (HCE), que estava em férias na cidade gaúcha desde o início de janeiro, e do tenente Leonardo Machado de Lacerda, que tinha sido transferido para o 1º Regimento de Carros de Combate, em Santa Maria. Segundo o CML, os corpos estão em Porto Alegre e serão transportados para o Rio de Janeiro.
Tarso Genro
Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, em Santa Maria , na 1ª delegacia de polícia, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, pediu que inquérito para apurar as causas e apontar os culpados pelo incêndio na boate Kiss seja exemplar e defendeu mudanças na legislação.
"Nós queremos que esse inquérito seja exemplar e que dele possam decorrer ideias de modificações legislativas, para que coisas como essa nunca mais aconteçam", disse. Tarso disse que, da parte do executivo do Estado, não faltará "nenhum centavo, nenhum papel" para tomar as iniciativas necessárias que impeçam que um fato trágico como este possa se repetir.
Celso Amorim
O ministro da Defesa, Celso Amorim, informou que as Forças Armadas estão à disposição para ajudar as famílias das vítimas do incêndio na Kiss. Por meio de nota, Amorim se solidarizou "aos familiares e amigos das vítimas, entre as quais se contam militares do Exército e da Força Aérea Brasileira, além de dependentes".
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