MP formaliza pedido de extinção de torcidas organizadas de Fortaleza

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Ação civil pública do MP se baseia em atos violentos das três torcidas.

TUF, JGT e Cearamor não se pronunciaram na Justiça sobre a acusação.

O promotor do Ministério Público do Ceará José Wilson Sales, do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor, formalizou a ação civil pública que pede a extinção de três torcidas organizadas de times cearenses: a Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), Jovem Garra Tricolor (JGT) e Cearamor. O pedido aguarda decisão da Justiça para o julgamento após esgotar o prazo de defesa das torcidas, que não se manifestaram sobre o caso.

O procurador se baseia em casos de violência entre as torcidas para pedir a extinção. "São casos que ocorrem sempre onde estão as torcidas organizadas, seja no Ceará ou quando viajam para estados vizinhos. Recentemente em Natal a torcida viajou e houve confusão", relata José Wilson Sales.

Líderes de torcidas organizadas realizam reuniões com promotores a pedido do Ministério Público desde 2009, na tentativa de reduzir a violência entre torcedores. "Houve uma evolução porque não há mais briga nos estádios, antigamente você briga de torcidas do mesmo time dentro dos estádios. Hoje as brigas ocorrem do lado de fora entre os torcedores", diz. "Eles usam a desculpa de que são baderneiros infiltrados", argumenta.

Para o procurador, a extinção das torcidas organizadas deve servir como "lição" aos torcedores que praticam atos de vandalismo e violência na cidade, em momentos antes e após os jogos. "A extinção não vai resolver tudo, mas eles devem perceber que o Ministério Público está de olho. As torcidas organizadas são comércios, vivem da venda de camisas, e a gente pode pedir a extinção também deles [pessoa jurídica das torcidas organizadas]", afirma José Wilson Sales.

O Ministério Público diz também que entrou em contato com os dirigentes de clubes para tentar coibir a ação das torcidas organizadas. "Os clubes são os mais prejudicados com a ação violenta das torcidas e os apoiam. Os clubes não apoiam a violência, mas apoiam as torcidas com ingressos e brindes", explica o procurador.