((V)) Ceará VermelhoTV - REPORTAGEM ESPECIAL
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A cozinha da Santa Casa de Misericórdia do Pará vive uma situação estarrecedora. Encarregado de preparar as refeições de pacientes e funcionários, o local padece de sérios problemas estruturais, de higiene e de condições de trabalho, além de estar em flagrante desacordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde.
Que fique esclarecido desde já que a cozinha não está desativada. É nela que são preparadas as refeições dos pacientes e funcionários, todos os dias. É ela que está sendo usada hoje, agora mesmo.
Desde o início da atual administração estadual, há dois anos e sete meses, não foi feita qualquer melhoria nos equipamentos ou instalações.
O portal Diário Online (DOL) conseguiu acesso ao local e produziu centenas de imagens, entre fotos e vídeos, que mostram uma situação impensável: sujeira, rachaduras e equipamentos quebrados.
As imagens desta reportagem estão à disposição das autoridades sanitárias e do Ministério Público. Também estão disponíveis para qualquer perícia ou verificação de sua autenticidade.
As cenas fotografadas e registradas em vídeo mostram descaso do poder público para com a alimentação de pacientes e funcionários, além de péssimas condições de trabalho para os profissionais do local.
Já existe uma nova cozinha. Faz parte do complexo da nova Santa Casa, já anunciada pelo governo do Estado e que deve ser inaugurada em agosto. No entanto, esta nova cozinha ainda não está em funcionamento. Faltam equipamentos e adequação a algumas normas técnicas.
A principal norma brasileira sobre o assunto é a Resolução 216 da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em 2004. A cozinha da Santa Casa mais parece uma receita de como descumprir as regras da Anvisa.
“Fazemos a nossa parte. Mantemos os balcões limpos, caprichamos. É com muito sacrifício que conseguimos fornecer a alimentação com um mínimo de qualidade. Este mérito é da equipe que trabalha aqui. Infelizmente, a estrutura que temos hoje é muito precária”, declarou um funcionário que não quis se identificar por medo de represálias.
Leia mais em: Diário do Pará
Mais de 20 bebês morrem em duas semanas na Santa Casa do Pará
Caso foi denunciado por um funcionário da UTI Neonatal. A Secretaria de Estado de Saúde confirmou as mortes no dia 14.o6.2013.
Um funcionário da Santa Casa de Misericórdia do Pará, que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, denunciou ao Sindicato dos Médicos (Sindmepa) a morte de 25 bebês nos últimos 13 dias no hospital. A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou as mortes nesta sexta-feira (14), em entevista coletiva emBelém. O secretário de saúde, Hélio Franco, alegou que os óbitos ocorreram pelo nascimento prematuro dos bebês, que teriam peso abaixo de 1,2 Kg.
Para o presidente do Sindmepa, João Gouvea, as mortes, no entanto, podem ter sido causadas por infecções bacterianas, já que relatórios elaborados em abril pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa revelavam a ocorrência de contaminações no hospital. Ele diz ainda que a falta de estrutura médica e de equipamentos teria contribuído para a disseminação de infecções.
“Falar que os bebês são prematuros é uma justificativa furada. Isso é lamentável, já que o estado é responsável pela gestão da saúde. Por que esses óbitos estão ocorrendo? Porque não há regulação, a demanda de atendimento é maior que a capacidade, não há médicos suficientes, não há equipamentos para todos, e isso contribui para a infecção hospitalar”, disse.
Para o presidente do sindicato, a maternidade não deveria ter esse número elevado de óbitos, já que é referência no atendimento materno-infantil no estado. “A Santa Casa tem como missão cuidar de pacientes graves, de alto risco, bebês prematuros. É preciso que o atendimento seja descentralizado. O Ministério da Saúde estabelece uma série de requisitos e a Santa Casa atende a população fora dos padrões”, disse.
O Sindmepa protocolou nesta sexta em diversos órgãos documentos que denunciam a situação da falta de estrutura para o funcionamento adequado da Santa Casa de Misericórdia do Pará, o que para a entidade teria motivado a morte dos 25 bebês.
Os relatórios da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa e as atas das assembleias do Sindmepa foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério da Saúde, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além da Sociedade Médico-Cirúrgica.
Caso foi denunciado por um funcionário da UTI Neonatal. A Secretaria de Estado de Saúde confirmou as mortes no dia 14.o6.2013.
Um funcionário da Santa Casa de Misericórdia do Pará, que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, denunciou ao Sindicato dos Médicos (Sindmepa) a morte de 25 bebês nos últimos 13 dias no hospital. A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou as mortes nesta sexta-feira (14), em entevista coletiva emBelém. O secretário de saúde, Hélio Franco, alegou que os óbitos ocorreram pelo nascimento prematuro dos bebês, que teriam peso abaixo de 1,2 Kg.
Para o presidente do Sindmepa, João Gouvea, as mortes, no entanto, podem ter sido causadas por infecções bacterianas, já que relatórios elaborados em abril pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa revelavam a ocorrência de contaminações no hospital. Ele diz ainda que a falta de estrutura médica e de equipamentos teria contribuído para a disseminação de infecções.
“Falar que os bebês são prematuros é uma justificativa furada. Isso é lamentável, já que o estado é responsável pela gestão da saúde. Por que esses óbitos estão ocorrendo? Porque não há regulação, a demanda de atendimento é maior que a capacidade, não há médicos suficientes, não há equipamentos para todos, e isso contribui para a infecção hospitalar”, disse.
Para o presidente do sindicato, a maternidade não deveria ter esse número elevado de óbitos, já que é referência no atendimento materno-infantil no estado. “A Santa Casa tem como missão cuidar de pacientes graves, de alto risco, bebês prematuros. É preciso que o atendimento seja descentralizado. O Ministério da Saúde estabelece uma série de requisitos e a Santa Casa atende a população fora dos padrões”, disse.
O Sindmepa protocolou nesta sexta em diversos órgãos documentos que denunciam a situação da falta de estrutura para o funcionamento adequado da Santa Casa de Misericórdia do Pará, o que para a entidade teria motivado a morte dos 25 bebês.
Os relatórios da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa e as atas das assembleias do Sindmepa foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE), Ministério da Saúde, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além da Sociedade Médico-Cirúrgica.
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